quinta-feira, 30 de junho de 2011

A VIAGEM DA LINGUA PORTUGUESA PELO MUNDO


A língua Portuguesa é uma língua que deriva do latim, sendo uma língua românica.
O Português deriva do chamado latim vulgar, por ser um latim que era falado pelos soldados romanos, pelos mercadores e pelos colonos, quando ocuparam a Península Ibérica. Antes da Romanização, falava-se outras línguas, como era o caso do Celta, das quais transitaram vários termos para o latim como é o caso das palavras camisa, cerveja, carro, entre outras, a que damos o nome de substrato celta. Um outro período que contribui para a evolução da nossa língua inicia-se quando os Bárbaros vencem os Romanos. Sendo a civilização germânica inferior aos vencidos acabam por adoptar a sua língua. A este período dá-se o nome de superstrato germânico.
No século VIII, a Península sofre a invasão dos árabes, tendo os povos Cristãos passado a habitar o Norte da Península. Como os Árabes permaneceram por cá vários séculos, acabaram por deixar o seu cunho no Português, tal como se pode constatar nas palavras alambique, alecrim, alqueire, entre outras. A isso dá-se o nome de superstrato árabe.

Devido a todos estes acontecimentos, podemos dizer que quando Portugal nasceu como nação, em 1143, falava-se uma língua diferente do Latim no Norte da Península Ibérica a que chamamos Galaico-Português. Com a independência do Condado Portucalense essa língua evolui de forma diferente em Portugal e na Galiza.
Estamos então em condições de dizer que o português nasce no século XIII, pela mão de D. Dinis quando legislou que todos os livros e documentos passassem a ser escritos em português, sendo o mais antigo texto escrito em português o testamento de D.
Afonso II e data de 1214.
Os descobrimentos

É comum afirmar que a ideia da lusofonia surge com a primeira globalização: a aventura dos descobrimentos marítimos portugueses e a consequente difusão de sua língua e cultura. De fato, percorrer o mundo, apesar das diversidades e especificidades sócio-económico-culturais de cada comunidade de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste), significa, via de regra, deparar-se com sons, cores e sabores vários da nossa língua comum.
Apresentada como um sistema de comunicação linguístico-cultural no âmbito da língua portuguesa e nas suas variantes linguísticas, não se pode restringir a lusofonia ao que as fronteiras nacionais delimitam. Nesse modo de conceber a lusofonia, há que se considerar as muitas comunidades espalhadas pelo mundo e que constituem a chamada “diáspora lusa” e as localidades em que, se bem que nomeiem o português como língua de “uso”, na verdade, ela seja minimamente (se tanto) utilizada: Macau, Goa, Diu, Damão e Málaca.
Além disso, como lembra o pensador português Eduardo Lourenço, lusofonia é inconcebível sem a inclusão da Galiza. Essa síntese do chamado mundo lusófono (talvez miticamente) pretende conciliar diversidades linguísticas e culturais com a unidade que estrutura o sistema linguístico do português.
Por exemplo, no português falado em Moçambique, a palavra “mãe” – além do seu uso familiar – pode ser utilizada como forma de tratamento, com o significado de “mulher”, “senhora”. É uma forma de tratamento utilizada mesmo entre interlocutores cuja relação não é de parentesco; é uma forma respeitosa, afectuosa, usada também com intenção de persuadir.
Já a forma “mamã”, que, em muitas partes do espaço lusófono corresponde carinhosamente à maneira infantil de se dirigir à “mãe”, é também designação que se dá à primeira-dama ou esposa de um chefe em sinal de afecto e respeito (utilizada por diferentes classes sociais). Passou a ser mais usada a partir do momento em que o termo camarada começou a cair em desuso. Fatos dessa natureza alertam-nos a respeito da importância do conhecimento do contexto sócio-histórico-cultural para a compreensão dos usos linguísticos: uma mesma língua assume significados e formas distintas, a partir do universo em que se desenrola, das influências particulares que vivencia e incorpora. Assim, é possível perceber as transformações que as variantes diatópicas do português vão somando ao sistema da língua portuguesa: em Moçambique diz-se “Tremer como varas de caniço”, para o que, no Brasil, se diz: “Tremer feito vara verde”; no português coloquial do Brasil, ao se dizer “Estar na pindaíba” equivale ao que se usa no português moçambicano a: “estar duro”, “estar tchonado”, “estar sem uma quinhenta”, ou na variedade européia do português “estar liso”, “estar teso” ou, ainda, “não ter cheta”.
Considerando o espaço geograficamente tão disperso, naturalmente multicultural, de sistemas linguísticos, vários e de diferentes normas do português é que se deve pensar a língua e a identidade no âmbito da lusofonia. Nesse sentido, portanto, devemos lembrar ser o contexto de uso de uma língua reveladora do papel que desempenha numa determinada comunidade, uma vez que ela, ao mesmo tempo em que se refere às actividades sociais é, também, uma prática social. Deste modo, tendo em vista o universo da chamada lusofonia, que cada comunidade do universo lusófono vem fixando na norma do português – é essa a perspectiva a adoptar para o entendimento da construção de uma possível identidade lusófona, desafio em um mundo globalizado, marcado pelos inter e multi culturalismo. Ao entender que a língua é que nos diz respeito a cada um de nós, é que a lusofonia pode vir a ser, de facto: não somos 200 milhões de luso falantes; somos a língua portuguesa que fala em cada um. Parece ingénuo a adopção de uma posição de senhor da língua portuguesa. Em quaisquer dos espaços em que assume o status de oficial a língua portuguesa conhece e constrói a sua própria história – e, por isso, está muito longe de poder ser tratada como um idioma uniforme. É com essa perspectiva que devemos encarar o “desafio” da língua portuguesa nos vários contextos de sua oficialidade, com a certeza única de que, seja onde for, estaremos diante de mais uma variedade do português, procurando descrever e entender as idiossincrasias que caracterizam cada uma. Respeitar as experiências particulares, os valores diferentes, a especificidade cultural, o modo próprio de experienciar a realidade e a visão de mundo
Reflexão:
Considero muito positivo que a nossa língua e cultura se tenham expandido pelos vários cantos do mundo.Com isso será muito dificil que se venha a perder entre essas comunidades e é com agrado meu e orgulho de ser português que vejo tantas pessoas a falar a nossa língua, e a partilhar a nossa cultura. Uma das vantagens constata-se sempre que algum português decide migrar para algum desses países, pois tem muito mais facilidade em comunicar, trabalho ou mesmo fazer negócios. Ou seja, de negativo não vejo nada em contra, apenas tudo será positivo.
A expansão da língua portuguesa e de alguns costumes portugueses, dispersos pelos vários países, permite que em certos países possa encontrar alguém que fale o mesmo dialecto que o meu. Só traz vantagens económicas, culturais e socias.

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